O Dito e o Feito
Mariza Peirano (org.)

O que significa propor a abordagem dos rituais como estratégia para se analisar eventos etnográficos? Em que sentido o ritual nos auxilia na pesquisa antropológica? Décadas de discussão sobre sua definição não teriam esgotado o tema? De que nos serve a ideia de ritual hoje? Estas são perguntas que esta coletânea procura responder, ao indicar como a análise de rituais amplia e expande as possibilidades de investigação sobre eventos contemporâneos. De exercícios analíticos inspirados em clássicos a tópicos mais diretamente ligados à antropologia da política, os ensaios aqui reunidos abordam temas variados: os rumores na construção da nação em Guiné-Bissau, a bravata como mentira ritual no Congresso Nacional brasilieiro, a eficácia das marchas do MST como eventos políticos, o papel das reuniões de camponeses como parte da luta, as concepções nativas de política e tempo, as eleições na ONU como rituais, o processo de etnização da política por trabalhadores rurais na Bahia. Em todos os ensaios a ideia de ritual atua como modelo para analisar eventos sociais em sentido lato, ampliando assim o foco desse fenômeno tão familiar aos antropólogos.

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