O Núcleo
de Antropologia da Política (NuAP), fundado em 1997, tem sua sede no Programa
de Pós-Graduação em Antropologia Social/Museu Nacional, e reúne pesquisadores
de várias instituições. Seu objetivo é examinar a política vivida, dando ênfase
à etnografia e, portanto, aos aspectos do tecido social em sua totalidade. Esta
perspectiva resultou de uma implosão etnográfica das categorias do senso comum,
inclusive acadêmico, que distingue domínios estanques como parentesco, família,
política, religião, território, justiça, burocracia. A publicação de 33 livros
(ver neste site para download) tornou clara a percepção de que a própria
“política” era uma categoria sempre sob escrutínio, mesmo quando explicitamente
definida para pesquisa e análise. Tal orientação pautou uma multiplicidade de
estudos sobre os mais variados temas, incluindo pesquisas sobre eleições,
comícios, marchas e movimentos sociais, festas da política, violência e crimes
por encomenda, direitos, perda de mandato de congressistas, políticas públicas,
monografias sobre a vida em pequenos municípios e cidades periféricas,
documentos e identificação cívica – a maioria resultado da análise de eventos,
situações específicas, dramas, rituais, casos críticos. Este resultado da opção
etnográfica do projeto em torno do qual originalmente se articulou o NuAP tem permitido
revitalizar a perspectiva teórica primeira e básica da antropologia – a de que
a procura da alteridade reposiciona, quando não implode, as categorias
classificatórias paralisantes a que aderimos no mundo ocidental, produzindo
mais dúvidas e originando novos e ricos questionamentos.
Este site foi produzido com apoio do CNPq e da Faperj